Crime organizado partiu para o 'tudo ou nada', diz Telhada
sábado, 29 de dezembro de 20121comentários
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Folha - Como o sr. avalia a votação que recebeu?
Paulo Telhada - Uma grande e grata surpresa. Nunca havia me candidatado. Havia me preparado para 50 mil votos. Quando recebi 89 mil, fiquei apavorado... Aumenta muito a responsabilidade.
Qual é o perfil do seu eleitor?
Muitas pessoas idosas me ligaram. Jovens que também me acompanham prometeram o seu primeiro voto.
Qual foi a influência da corporação militar na votação?
Foi 90%. As pessoas votaram em mim não porque sou o Telhada, mas porque sou o coronel Telhada, que estava comandando a Rota.
Como será sua atuação na Câmara Municipal, uma vez que a segurança pública é competência do governo estadual?
Pretendo trabalhar com a Guarda Civil Metropolitana, procurar a melhoria salarial, aumentar o efetivo.
Como viu a mudança no comando da Segurança Pública?
Com tristeza. Antonio Ferreira Pinto foi o melhor secretário de Segurança Pública que São Paulo já teve. Antes de eu assumir a Rota, em 2009, qual era o combate ao crime organizado? A saída dele vai prejudicar muito o combate ao crime organizado.
A polícia está perdendo a guerra contra o crime?
A polícia nunca perde a guerra contra o crime. O crime joga sujo e a polícia é obrigada a jogar dentro da lei.
Como o sr. avalia os assassinatos de PMs e pessoas comuns?
Entendo a morte de mais de cem policiais como uma retaliação do crime organizado. Os líderes, quem não estava preso, morreram trocando tiros com a polícia.
Como o sr. analisa o agravamento da crise da segurança?
Em três anos, o crime organizado foi praticamente desestruturado. [Eles] Partiram para o tudo ou nada. Começaram a atacar PMs de folga, aposentados. O bandido é covarde. Não ataca o policial na viatura. Tenho medo que o PCC vire um partido político, uma Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia].
A população aprova a Rota?
A população adora a PM, adora a Rota. É unanimidade.
Qual a diferença entre a Rota de Maluf e a Rota de Alckmin?
Não existe Rota de Maluf. Como é um cara muito esperto, prega que a Rota é criação dele. Não é verdade. A Rota é muito mais minha, que fui comandante da Rota, ele não.
Ferreira Pinto disse que a Rota de Maluf era mais sangrenta...
Eu vejo a polícia [hoje] muito mais preparada. A Rota da época do Maluf vivia noutro mundo. Muita coisa mudou.
Como o sr. avalia o episódio que levou o repórter André Caramante, da Folha, a deixar o país, sob ameaças? A integridade física dele o preocupa?
Não, não. Ele é responsável pelo que faz. Eu é que sou ameaçado de morte todo dia. Fui criticado em todos os jornais, na internet: "Repórter ameaçado pelo coronel". É uma grande mentira. Eu sou [chamado de] nazista, fascista. Estou sofrendo um patrulhamento ideológico terrível. Falam aí que tenho 36 mortes, quero saber onde arrumaram esse número. É mentira.
E o sr. tem quantas mortes?
Não sei, eu nunca contei. Não faço essa conta. Aconteceu, estou vivo, graças a Deus. Eu, que passei a vida combatendo o crime, sou chamado de criminoso. Estou respondendo inquérito policial.
Fonte : Notícias UOL
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